Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2006

Mas e mais

Na fala, “mas” e “mais” são pronunciadas da mesma forma. Isso pode gerar dúvidas na hora de escrever, já que elas têm significados muito diferentes. Qual forma escolher? “O gerente aceitou, mas se arrependeu” ou “O gerente aceitou, mais se arrependeu”? Vamos entender como isso funciona. 1. No exemplo acima há uma oposição de idéias existente entre as duas orações (aceitar x arrepender-se) e o “mas” deve ser usado nesse caso porque é uma conjunção que marca a oposição. “Mas” também pode aparecer em uma frase com a função de advérbio. Exemplo: “Ela está feliz, mas muito feliz mesmo”. 2. “Mais” é um advérbio que indica: maior quantidade ou intensidade (“ela fala mais do que eu”); “acima de” (“os ladrões eram mais de cinco”); cessação ou limite, quando acompanhado de negação (“cansado, ele não agüentou mais andar”). Como substantivo, “mais” pode entrar em frases como “esqueceu-se de tudo o mais”. Como pronome indefinido, significa “em maior quantidade” (“precisamos de mais creches”). Co

'Meio-dia e meio' ou 'Meio-dia e meia'?

A segunda forma é a correta. É comum ouvirmos “meio-dia e meio” devido à proximidade de “dia” com “meio”. Mas, assim como se diz “dez e meia” e “quatro e meia”, deve dizer “meio-dia e meia”, pois “meia” está relacionada ao substantivo feminino “hora”, portanto deve concordar com ele.

'Mais informações' ou 'Maiores informações'?

A primeira forma é a correta. O sentido da palavra “maior” remete a tamanho, mas em “maiores informações” o sentido é de “outras” e “mais” informações, ou seja, refere-se a quantidade. Como a noção de tamanho não se aplica nesse tipo de construção, “mais informações” é mais adequado.

Proibições

Você com certeza já se deparou em uma porta com o famoso aviso que proíbe a entrada em algum recinto. Mas, quando vemos a mesma advertência escrita de formas diferentes, a dúvida nos intriga. Afinal, “É proibido entrada”, “É proibida entrada” ou “É proibida a entrada”? Vamos entender como isso funciona. 1. Quando o sujeito da oração vier determinado por um artigo definido ou por um pronome demonstrativo, como “esse(a)”, “aquele(a)”, os manuais de gramática exigem que a concordância seja feita. Exemplos: “É proibida a entrada de pessoas estranhas”, “São proibidos os animais”. 2. Se “proibido” vier anteposto a um sujeito não determinado por um artigo definido ou por um demonstrativo, ele fica invariável, ou seja, no masculino singular, mesmo que o sujeito seja uma palavra feminina. Exemplos: “Proibido entrada”, “Proibido animais”. 3. A regra é a mesma para os termos “preciso” e “necessário” nessas construções. Exemplos: “É preciso qualidades”, “É necessário auto-estima”. 4. Caso

'Haja vista' ou 'Haja visto'?

A primeira forma é a correta. “Haja vista” é uma expressão que equivale a “veja”, com sentido de “levar em conta”. “Haja” é flexão do verbo haver na 3ª pessoa do imperativo afirmativo e “vista” se refere a vista mesmo, com o sentido de “olho”, por isso não pode ser substituída por “visto”.

Riscos

É comum ouvirmos e lermos nos meios de comunicação que “Fulano corre risco de morte”. A expressão “risco de vida” foi expulsa da linguagem jornalística há alguns anos, mas ambas são corretas. Elas têm estruturas diferentes, o que gera confusão. Vamos entender como isso funciona. 1. Para entender a diferença entre “risco de vida” e “risco de morte”, vamos pensar na preposição “de”. Em estruturas como essas, o “de” introduz um sujeito ou um complemento. E o significado depende do que ele liga. 2. Em “risco de vida”, o sentido é “a vida está em risco”. “Vida” corresponde ao sujeito. Em “risco de morte”, o sentido é “risco de morrer”. “Morte” exerce a função de complemento. 3. Quem diz que “risco de vida” é errado analisa a expressão com a estrutura de complemento, “risco de viver”, e, claro, não se corre o risco de viver. É erro de análise e significação. 4. O mesmo serve para “perigo de vida”, que aparece nas placas de locais onde “a vida está em perigo” (em torres de alta tensão, por

'Ir a pé' ou 'Ir de a pé'?

A primeira forma é a correta. Existem as regências “ir a” (ir a cavalo, ir a uma festa) e “ir de” (ir de trem, ir de ônibus), mas não “ir de a”. É bom lembrar que não há crase na expressão “a pé” porque “pé” é palavra masculina e o “a” é só preposição. Exemplo: “Estou a pé e irei a pé mesmo”.

'Perca total' ou 'Perda total'?

A segunda forma é a mais recomendada porque “perda” é o substantivo correspondente ao verbo “perder”: “a perda total”. Já “perca” é a forma do verbo no presente do subjuntivo (“Espero que ele perca o hábito de dormir cedo”) e no imperativo (“Não perca a prova amanhã”).

Modismos

Toda língua falada constitui um sistema em constante mutação. Isso porque todos os dias novas palavras e expressões são incorporadas na fala e muitas delas viram modismos, como aconteceu com “a nível de”, condenada pelos gramáticos, porém muito usada hoje em dia. Vamos entender como isso funciona. 1. Pelo fato de não ter um significado consistente e ser desnecessária para o entendimento do que se diz, os gramáticos condenam o uso de “a nível de”. É considerada uma “muleta” para se expressar, talvez com a intenção de parecer mais erudito, mas o resultado é, sem dúvida, uma falsa sofisticação. 2. Agora, sabendo que essa locução não é aceita pela norma culta, vejamos alguns contextos em que ela é utilizada e como pode ser substituída. 3. Com sentido de abrangência: “O projeto será implantado a nível mundial” - “terá abrangência mundial”. Para expressar status: “As mudanças serão feitas a nível presidencial” - “serão feitas na presidência”. Para referir-se a um tópico: “A nível de repertór